sábado, 4 de setembro de 2010

VO2 Máximo & Adaptações

O volume máximo de oxigênio que um indivíduo consegue consumir e transformar em energia durante o exercício aeróbio, freqüentemente designado pelo acrônimo VO2 máximo, representa a capacidade aeróbia máxima dos seres humanos. Também denominado por alguns estudiosos como potência aeróbia máxima, o VO2 máximo pôde ser compreendido com mais clareza a partir de um princípio e equação propostos pelo fisiologista Adolph Fick, ainda nos meados de 1870. Para Fick o consumo de oxigênio de um tecido seria dependente de dois fatores essenciais: do fluxo sanguíneo direcionado para esse tecido e da extração de oxigênio do sangue arterial fornecido para o mesmo. Fick então propôs a seguinte equação: VO2= Q x dif. (a-v) O2. O débito cardíaco (Q) seria responsável pelo fluxo sanguíneo direcionado para os tecidos, resultado do produto da freqüência cardíaca (FC) e volume sistólico (VS) por minuto, e a diferença arterio-venosa de oxigênio [dif. (a-v) O2] seria a extração de oxigênio do sangue arterial pelos tecidos que pode ser medida pela diferença da pressão parcial de oxigênio do sangue arterial para o sangue venoso (WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010). Um organismo em exercício, imposto a uma intensidade onde o débito cardíaco esteja no maior nível possível e a extração de oxigênio por parte dos tecidos da musculatura ativa tenha atingido a sua maior magnitude, estará sendo exigido no seu VO2 máximo. Para incrementar um aumento da capacidade aeróbia máxima ou VO2 máximo é necessário empregar uma carga de treinamento seguindo os princípios do treinamento esportivo. A interação dose-resposta da intensidade e volume do treinamento aeróbio sobre a melhora do VO2 máximo tem sido muito estudada para tentar ajudar aos atletas de auto-rendimento de atividades de endurance na melhoria das suas performances. Indivíduos que não visam um auto-rendimento esportivo e praticam exercícios em caráter de saúde também são beneficiados quando submetidos a cargas de treinamento esportivo visando o aumento da potência aeróbia máxima utilizando estrategicamente os métodos mais adequados para alcançarem suas metas pessoais. Diversas adaptações ao treinamento aeróbio podem ser observadas em indivíduos submetidos a cargas de treinamento especificas de endurance, o que acarreta em melhoria da capacidade aeróbia máxima. Efeitos fisiológicos na musculatura como as alterações bioquímicas (maior conteúdo de mioglobinas, melhor oxidação dos carboidratos e melhor oxidação da gordura) e alterações nas fibras musculares são algumas das adaptações de treinamento que aprimoram o VO2 máximo. Alterações cardiorrespiratórias como o maior tamanho do coração, redução na freqüência cardíaca de repouso, maior volume de ejeção, aumento no volume sanguíneo e na concentração de hemoglobina além de uma maior densidade capilar e hipertrofia do músculo esquelético também são conseqüências benéficas de uma reação adaptativa a uma carga de treinamento aeróbico (FOSS; KETEYIAN, 2000).


Adaptações Metabólicas



Adaptações Cardiovasculares



(McARDLE; KATCH; KATCH, 2008)


Gráfico Ilustrativo de Alterações no VO2 Máximo


Gráfico Ilustrativo de Alterações no Q (Débito Cardíaco)

Gráfico Ilustrativo de Alterações no VS (Volume Sistólico)




Gráfico Ilustrativo de Alterações na FC (Frequência Cardíaca)




Gráfico Ilustrativo de Alterações na FC de Recuperação




Figura do Volume Sanguíneo Total e no Volume Plasmático



(WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010).

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