O volume máximo de oxigênio que um indivíduo consegue consumir e transformar em energia durante o exercício aeróbio, freqüentemente designado pelo acrônimo VO2 máximo, representa a capacidade aeróbia máxima dos seres humanos. Também denominado por alguns estudiosos como potência aeróbia máxima, o VO2 máximo pôde ser compreendido com mais clareza a partir de um princípio e equação propostos pelo fisiologista Adolph Fick, ainda nos meados de 1870. Para Fick o consumo de oxigênio de um tecido seria dependente de dois fatores essenciais: do fluxo sanguíneo direcionado para esse tecido e da extração de oxigênio do sangue arterial fornecido para o mesmo. Fick então propôs a seguinte equação: VO2= Q x dif. (a-v) O2. O débito cardíaco (Q) seria responsável pelo fluxo sanguíneo direcionado para os tecidos, resultado do produto da freqüência cardíaca (FC) e volume sistólico (VS) por minuto, e a diferença arterio-venosa de oxigênio [dif. (a-v) O2] seria a extração de oxigênio do sangue arterial pelos tecidos que pode ser medida pela diferença da pressão parcial de oxigênio do sangue arterial para o sangue venoso (WILMORE; COSTILL; KENNEY, 2010). Um organismo em exercício, imposto a uma intensidade onde o débito cardíaco esteja no maior nível possível e a extração de oxigênio por parte dos tecidos da musculatura ativa tenha atingido a sua maior magnitude, estará sendo exigido no seu VO2 máximo. Para incrementar um aumento da capacidade aeróbia máxima ou VO2 máximo é necessário empregar uma carga de treinamento seguindo os princípios do treinamento esportivo. A interação dose-resposta da intensidade e volume do treinamento aeróbio sobre a melhora do VO2 máximo tem sido muito estudada para tentar ajudar aos atletas de auto-rendimento de atividades de endurance na melhoria das suas performances. Indivíduos que não visam um auto-rendimento esportivo e praticam exercícios em caráter de saúde também são beneficiados quando submetidos a cargas de treinamento esportivo visando o aumento da potência aeróbia máxima utilizando estrategicamente os métodos mais adequados para alcançarem suas metas pessoais. Diversas adaptações ao treinamento aeróbio podem ser observadas em indivíduos submetidos a cargas de treinamento especificas de endurance, o que acarreta em melhoria da capacidade aeróbia máxima. Efeitos fisiológicos na musculatura como as alterações bioquímicas (maior conteúdo de mioglobinas, melhor oxidação dos carboidratos e melhor oxidação da gordura) e alterações nas fibras musculares são algumas das adaptações de treinamento que aprimoram o VO2 máximo. Alterações cardiorrespiratórias como o maior tamanho do coração, redução na freqüência cardíaca de repouso, maior volume de ejeção, aumento no volume sanguíneo e na concentração de hemoglobina além de uma maior densidade capilar e hipertrofia do músculo esquelético também são conseqüências benéficas de uma reação adaptativa a uma carga de treinamento aeróbico (FOSS; KETEYIAN, 2000).
Adaptações Metabólicas
Adaptações Cardiovasculares
(McARDLE; KATCH; KATCH, 2008)
Gráfico Ilustrativo de Alterações no Q (Débito Cardíaco)
Gráfico Ilustrativo de Alterações no VS (Volume Sistólico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário